sexta-feira, 4 de julho de 2008

MEDITANDO NA ARTE

Poesias que antes
Em palavras frias
Não embalavam em si
A divina melodia
Nem entoavam ao som do universo

Hoje
Em versos expresso
No inverso
Ao silêncio que cala
Soam movimentos da aura
Novos ritmos internos

Restabeleço a fala
Em cores e sons diversos
Inteira agora declaro
A multidimensionalidade do Ser.

Incandescente
Ouço cantos
Verdades soam nuas
Alcançando a alma pura
A fazendo estremecer

E meditando na arte
Mergulho em todas as faces
Revelo então uma parte
O que sei transparecer

.

QUEM FUI

Não quero lembrar quem eu fui
Basta-me saber quem sou
O passado remete-me a uma dor tão profunda
Imobiliza meus atos
Rasga meu peito como um punhal
Remete-me à dor que senti
No exato momento em que travei o ar
Eternizando a compaixão
Ao te ver na culpa

Agora vejo a mesma ignorância
Tentando destruir a lucidez divina
Modifico-me em atos para não ver repetidas cenas
Quero interromper a história de heróis sofridos
Não darei orgulho a nenhuma nação
Não endossarei nenhuma religião
Sequer terei lar ou ditarei caminhos
E se um dia seguirem meus passos
Haverão de tornar belo tudo que for possível
Narrarão suas histórias em poemas
Encontrarão o sentido lúdico da criação
Para vivenciarem a luz suprema
A chama eterna
Que jamais se extinguirá

Cantarão em alegria
Eu sou!
Sentir-se-ão imortais
Com a sensibilidade de uma flor
E ao murcharem na aridez do desamor
Esperarão como eu
O orvalho da noite

É o amor da mãe natureza
Compensando o seu
Que há muito se esqueceu

De uma forma ou de outra
Farei o que me cabe
Lembrarei que há um meio
Para alcançar a verdade
Elevar-se ao tempo
No amor
Em igualdade


O orvalho da noite da noite brilha na luz do luar
Quem acredita em sereia sabe os segredos do mar

.

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